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A política imigratória

A imigração é um dos motivos de deslocamento de indivíduos de um determinado local (continente e/ou país) para um outro por diversos motivos, como a busca por trabalho, estudo ou moradia fixa. Esse processo, que era mais simples e fácil, atualmente está se tornando mais seletivo devido a alguns fatores sócio-políticos que estão mais presentes neste mundo capitalista que vivemos.

A divisão ou segregação na sociedade sempre foi um assunto muito polêmico e seus problemas e suas origens decorrem de séculos de história de reprodução das condições sociais. Essas condições podem derivar de segregação social, devido às classes existentes na sociedade (ricos e pobres), segregação racial, dividindo negros e brancos, segregação religiosa, separando cristão, ateus e/ou não cristão, segregação por orientação sexual, separando homossexual de heterossexual e/ou de bissexual etc.

Hoje em dia, a segregação imigratória é um assunto muito mais complexo, englobando todos os tipos de segregação preexistentes, precitadas no texto. Nesta nova forma de segregação aparecem duas palavras que identificam os dois grupos onde um é mais desejado e bem-vindo, chamado de ”imigrante” e outra mais mal-recebida, os “refugiados”. Geralmente “imigrante” é composto por uma população predominantemente branca e com uma origem financeira estável. Já o grupo identificado como ”refugiados”, aonde a maioria vem de extrema pobreza ou locais em conflito, em busca de melhores condições de vida, neste grupo a raça predominante é negra.

Apesar do princípio estipulando a igualdade de todos perante a lei, essas divisões inumanas ainda se mantém por conta do atual sistema econômico vigente no mundo, que cada vez mais aprofunda a política de exclusão social.

Estes dois grupos podem ser ilustrados em exemplos concretos, que facilitam o entendimento da diferença de tratamento. O Haiti, um dos mais desiguais países da América Central, sofreu com o terremoto que ocorreu em 2010, com uma imensa perda dos bens e de vidas humanas. Este fato afundou o país numa situação ainda mais precária que já estava. Mesmo implorando pela ajuda da comunidade internacional, poucos países ouviram os gritos e aceitaram a imigração dos haitianos para poderem recomeçar a vida e a terem uma nova oportunidade. O motivo é a segregação social, somada à racial por pertencerem ao grupo de pobres e negros.

Um caso mais recente é da guerra entre Rússia e Ucrânia. Na qual a Ucrânia está passando por problemas sérios pela invasão de seu território. No entanto, o mundo está muito mobilizado e querendo a qualquer custo ajudar a população a recomeçar a vida em outros países, estando quase o mundo inteiro de portas abertas para poderem acolhê-los. Todas essas vantagens devem-se ao pertencimento do país à classe caracterizada como imigrantes, onde a raça e a classe social predominantes são padrões da sociedade eurocêntrica.

A política de igualdade tão almejada no mundo, é um ciclo difícil de se fechar (com a chave de ouro), enquanto no âmbito de tomada de decisão continuar a existir exclusão de certos grupos e a promoção de outros. O problema é a manutenção de um status de privilégio a certos grupos com determinadas características, tendo mais oportunidades para ter cada vez mais excelência e facilidade de acesso devido as suas posições sociais, escolhidas pelo padrão de uma parte dominante da sociedade.

A imigração pode contribuir positivamente para o futuro da humanidade e para o desenvolvimento econômico e social dos países. Sociedades heterogêneas são mais criativas, tem mais bens culturais e mais resilientes. A imigração construiu os principais centros econômicos no mundo, seja eles constituídos por refugiados ou imigrantes.

O fenômeno da imigração internacional aponta a necessidade de repensar-se o mundo não com base na competitividade econômica e no fechamento das fronteiras, mas, sim, na cidadania, na solidariedade e nas ações humanitárias. Os países devem adotar políticas que contemplem e integrem o contributo positivo do ser humano imigrante, vendo, assim, as imigrações como um ganho e não como mais um problema humanitário.

Bibliografia 

CHARLES, Jacqueline. Dez anos após ser devastado por terremoto, Haiti ainda vive em cenário desolador. National Geographic, 05 nov. 2021.

IDEM. A integração cultural. Mensagem para o Dia dos Migrantes e Refugiados – 2005.

<https://www.ufjf.br/pur/files/2011/04/MIGRAÇÃO-NO-MUNDO.pdf

Imagem:

Principais fluxos migratórios no final de século XX e início de século XXI. Fonte: PONTIFÍCIO CONSELHO DA PASTORAL PARA OS MIGRANTES E ITINERANTES. 

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