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O comércio precisa de mais vagas para carros ou infraestruturas para modos ativos?

Uma discussão recorrente em cidades dos mais diversos portes, é a disponibilidade de vagas de estacionamento, sejam elas públicas, como aquelas localizadas junto ao meio-fio, ou privadas, como aquelas localizadas em espaços dedicados à guarda de veículos dentro do lote. Fatores como o crescimento da frota de veículos motorizados, a oferta de transportes públicos e o incentivo à mobilidade ativa, na forma dos modos a pé e bicicleta, podem contribuir para aumentar ou reduzir a demanda por estacionamento.

Como o transporte individual motorizado produz uma série de externalidades, como acidentes com e sem vítimas fatais, emissão de gases poluentes e material particulado, além de demanda por espaço viário, a busca por alternativas nos leva à questão: se estabelecimentos comerciais podem formar um polo atrator de viagens, como são centros comerciais ou mesmo o comércio de rua concentrado em diferentes centralidades, nos bairros e nos centros de nossas cidades, faz sentido continuar buscando meios para ampliar as vagas para automóveis?

É muito possível que a resposta seja negativa.

Do lado da oferta pública de vagas, com um controle mais cuidadoso do meio-fio e de bolsões públicos de estacionamento (se existirem), com a implementação de estacionamentos rotativos, o erário passa a contar com uma fonte de recursos, que também estimula um uso racional a partir de um estímulo econômico, além disso, retomando o controle do espaço ocupado pelos automóveis, uma série de tipologias podem ser pensadas para reequilibrar a disputa por espaço, tais como: parklets com, pelo menos, um paraciclo em U invertido, ampliação de calçadas com múltiplos paraciclos em conjuntos com mobiliário urbano (bancos e totens informativos, por exemplo) ou mesmo bicicletários cobertos.

Do lado da oferta privada de vagas, a oferta de vagas para modos ativos pode consistir num importante diferencial para fidelizar clientes que, de outra maneira, poderiam buscar outros estabelecimentos. Na capital paulista, por exemplo, mirando no público ciclista, alguns centros comerciais passaram a oferecer bicicletários cobertos em seus estacionamentos, além de algumas amenidades, como chuveiros, armários com chave e kits de ferramentas.

Com o avanço de práticas para tornar as cidades mais humanas, a tendência pelo reequilíbrio da oferta de vagas parece irreversível. Combinada a uma série de técnicas para o desenho de ruas e diferenciação mercadológica, contribui para proteger e acolher quem pedala, oferecendo uma alternativa concreta e que termina sendo parte de um sistema de mobilidade ativa, ao lado dos transportes públicos e outras formas de deslocamento. A participação popular, a construção de uma perspectiva baseada em evidências e produção de dados e a boa articulação de iniciativas privadas, na forma de estudos de caso e espaços para trocas de experiências, contribuem para reduzir possíveis atritos e  criar uma atmosfera de alta qualidade para produção de políticas públicas e práticas privadas.

Imagem: Bicicletário do SHopping Anália Franco da Multiplan.

Fonte: Página do SHopping Anália Franco no Facebook

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