A gamificação (ou do inglês, Gamification) de processos é a incorporação de elementos comuns de jogos a processos que não se restringem somente ao entretenimento. Sua utilização é bastante comum em atividades educacionais e pedagógicas e vem sendo cada vez mais apropriada pelo meio corporativo como forma de motivar e engajar colaboradores.
No jogo ou processo gamificado, assim como na realidade, deve haver um objetivo claro e executável do qual partirá a motivação nos participantes. Além do objetivo, outros elementos de jogos que podem compor processos de gamificação são sistemas de pontuação e recompensas ao atingir metas e o objetivo. Já com relação à dinâmica entre os participantes, ela pode ser de dois tipos: competitiva, na qual os participantes devem competir entre si e apenas um ou alguns conseguirão concluir o objetivo proposto; ou cooperativa, onde os participantes devem colaborar entre si para que um objetivo maior seja alcançado.
Este método pode ser praticado em diferentes cenários, mas sempre com o objetivo de aumentar o engajamento da equipe e/ou o número de participantes e, consequentemente, o impacto e a eficiência na assimilação das ideias que estão sendo propostas, para além da atividade gamificada. Alguns processos empresariais que podem ser gamificados são por exemplo o onboarding de colaboradores, no qual a gamificação pode ser utilizada para criar uma dinâmica de apresentação e interação entre os colaboradores e em treinamentos de equipe, nos quais ela permite o desenvolvimento de habilidades subjetivas dos participantes e o fortalecimento da cultura organizacional.
No que tange ao planejamento territorial e urbano, a gamificação sempre apareceu, mesmo que de forma pontual, em processos de brainstorming, mindmapping e metodologias de definição de prioridades, envolvendo diversos atores, como poder público, planejadores, empresas e terceiro setor. Entretanto, ela não precisa se limitar a estes processos ou métodos, seja pela familiarização com as tecnologias digitais que temos hoje ou pela inovação e criatividade em processos de gamificação, que não necessitem de uma tela.
A TCUrbes, empresa parceira da Polo, desenvolveu, como resposta ao processo complexo de planejamento urbano para os gestores públicos, uma espécie de super trunfo da cidade. Onde cada etapa da elaboração do plano recebe uma pontuação em diversos atributos pelos próprios gestores públicos, de forma a permitir ao planejador entender quais são as prioridades, para estes atores, simplificando o entendimento e ao mesmo tempo engajando os participantes
Outras contribuições que processos gamificados podem dar ao planejamento estão nas dinâmicas de participação popular obrigatórias na implementação e gestão de planos diretores e de mobilidade. Novamente, podem ser uma ferramenta de aumento do número de participantes e do engajamento em processos consultivos e deliberativos.
Conforme apresentado, a gamificação pode ser utilizada em diversos processos, além de possuir um alto nível de aprovação pelos participantes dado que, segundo a Pesquisa Game Brasil 2020, 91,7% dos brasileiros que já participaram de uma atividade gamificada, avaliaram que ela trouxe impactos positivos a experiência promovida, basta transmitir as ideias e os objetivos propostos para além do jogo.
Essa semana o Jornal Nexo fez uma pequena postagem falando sobre um jogo de código aberto para ensinar planejamento urbano. Confira no link: ‘Cytopia’: um jogo gratuito para aprender sobre urbanismo | Nexo Jornal.